Sono
Me brota da alma algo de excêntrico
Algo que não se faz valido dizer
Um rascunho mal feito de verdades
Coisas medíocres e sem valor
Versos tristes que escrevi para você
Nas minhas noites de insônia solene
Em que não me restava nada, a não ser lembranças
Me contentava ao menos com os retratos, seus sorrisos
Com sua tez branda petrificada em pedaços de papel
Algo de cruel a torturar-me as entranhas vazias
Me entregava as tristes agonias
As lágrimas regadas com as ceras das velas acesas
Que iluminavam os papeis amarelos,
As folhas desordenadas, os pinceis calados
Sobre a mesa em que eu te desenhava