O ANJO E O VENTO
E se o amor fosse o vento eu queria ser brisa, um suave
vento que brota do norte que surge do tempo, num tempo
em que eu era tufão um nefasto coração devastador,
desolador, filho das loucas paixões.
Mas eis que surge o teu rosto e como num sopro me
faço brisa suave, calma, levemente aquecida, mergulhada
profundamente em teu coração.
Em ti, faço-me calma e no tempo sem que o tempo possa
mostrar minha face fico aqui escondido, aguardando no
tempo o tempo exato para que eu possa me fazer
novamente tufão devastar teu coração e no meu doce
beijo lhe fazer se perder na essência do meu cheiro,
na plenitude de meu olhar.
E assim, como essência divina, como brisa, espírito e
escudo protetor, me farei anjo a lhe guiar, instintivamente
te amar e sob minhas asas quando teu rosto suavemente
tocar, saberás que para todo o sempre estarei a lhe
proteger, eternamente a te amar, como anjo, como brisa,
como um sorriso, um amigo, um olhar.