Calcular e Amar
Pergunto-me baixinho sobre o amor
E tão curva ressurge planando, a interrogação
Ao lado palavras sensatas e modeladas
Encaixadas numa tentativa tênue de função
Dúvidas alinham-se ao seu gráfico
Pondo-me a chamar iminente, a interpolação
Amostrada em pontos descontínuos calculados
Com variações pomposas me enlouquecendo
Misturam-se em terror numa só equação
Saída e pressurosa num ramo de sistema
Com formosas e finas variáveis cadenas
Insisto em encontrá-las por bissecção
Ao ouvir o grito de gauss pela eliminação
Rodeios já encobrem o fado e o apego
O que o mundo é mesmo?
Analítico ou numérico , é triste!
Mas o coração resolve e diz: sem amar
Continuando a calcular neste mundo
Em números esquece do seu amor
Vive um caos sem sossego
Coberto inteiro de dor
E pra sempre triste e sem desejo
mergulhado na morte de seu próprio erro.