Calcular e Amar

Pergunto-me baixinho sobre o amor

E tão curva ressurge planando, a interrogação

Ao lado palavras sensatas e modeladas

Encaixadas numa tentativa tênue de função

Dúvidas alinham-se ao seu gráfico

Pondo-me a chamar iminente, a interpolação

Amostrada em pontos descontínuos calculados

Com variações pomposas me enlouquecendo

Misturam-se em terror numa só equação

Saída e pressurosa num ramo de sistema

Com formosas e finas variáveis cadenas

Insisto em encontrá-las por bissecção

Ao ouvir o grito de gauss pela eliminação

Rodeios já encobrem o fado e o apego

O que o mundo é mesmo?

Analítico ou numérico , é triste!

Mas o coração resolve e diz: sem amar

Continuando a calcular neste mundo

Em números esquece do seu amor

Vive um caos sem sossego

Coberto inteiro de dor

E pra sempre triste e sem desejo

mergulhado na morte de seu próprio erro.

João André
Enviado por João André em 15/04/2013
Reeditado em 16/04/2013
Código do texto: T4242859
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