Pelo menos olha
Em lembranças volto ao passado,
Passadas rápidas na vaga mente,
Volto distante onde havia sonhos,
E revejo-te tal fulgor do sol.
Entre meus versos e os belos sonhados,
Imensamente quis ver-te comigo.
Minh’alma pura, lançada em paixão,
A cada estrela dava-te em presente.
Mas como o fim de uma estrada nua,
Ou tal floresta que se consome em fogo,
Via assim meus sonhos, que ao canto,
Humilhados, aos poucos se esvaiam.
Porém, tu, amor em flama triste,
Hoje me trouxe a vida que não tenho,
A face rica dos sonhos partidos,
A inspiração para inauditos versos.
Antes silêncio, hoje, talvez, coragem,
Antes tristeza, hoje, menos tristura.
O que escondido, hoje peço licença,
Cede-me escutar os meus versos poéticos:
Desejo há em quem não mais ama!
E se me ouve, por favor, me ama.
Aquece o amor do meu peito frio,
Retira as cinzas, sopre teus ventos,
Canta teus cantos, suas chamas harmônicas,
Reviva em mim o que por ti morreu.
Veja o céu. Veja seus presentes!
Olha para mim: Pelo menos, olha.