Plenitude do nada

Antes de o conhecer

Já o sabia...

Vinha de terra distante,

Mas meu coração dormente

Em seu alforje trazia...

Demoraste!

E deste tempo

Posso contar-te

Tormentas de sonhos

E insones vigílias...

Dias infinitos,

Aguardando o compasso,

Que ao pulso do meu coração

Sua chegada determinaria...

Ao encontrá-lo,

Apossei-me do que já era meu

Para então entender

Que controle sobre ele não teria.

Mesmo riscado de cicatrizes,

Carimbado pela história e pelo tempo

Pôs-se novamente descompassado

Por ter tudo quando tem o nada...

Sem oxigênio pelo desejo despertado,

Por ficar repleto de carinho,

Mas também pelo assombro esquecido

De poder estar apaixonado

E não ser correspondido...