"Até mais"...
Até mais...
Palavras duras, atrevidas
Os estrondos de portas batidas
Foram minando meu coração
Os luares se arrefecendo
E eu sem mais ilusão...
Há muito estou calada
Nem ligo agora pra nada
Estou comigo sozinha
Para mostrar que já passou
Aquele alvoroçar do amor...
Estava passando, eu nem notava
Acabando estava, nem me importava
Porque os escombros deixados
As cinzas que me lançaste
Foi punhal e me mataste...
Foi diluindo, se evaporando
Sem base fica sem pedestal
As imagens sumiram infinitas
As procuras findaram aflitas
Nem se notava o toque final...
Pensando bem foi uma boa
Pois era som que não mais entoa
Com a névoa espessa a mostrar
Que o que se finda e acaba atoa
Não vale mais se recordar...
Do silêncio fez-se a luz
Dos ecos mudos foi me mostrado
A porta fechando, tudo se acabando
Ao mesmo tempo outra se abria
Trazendo alento sem agonia
Era a liberdade que se oferecia...
Portas são nossas janelas
São nossos parapeitos e esperas
São feitas pra se adentrar
Não pra sair e sim pra ficar
São esperanças pro nosso amar...
Silêncio, cala-te voz
Fica muda nesta passagem
Não vês que estou me mudando
Estou livre e me gostando
Indo viver, me libertando...
Myriam Peres