_SINGRA E SANGRA_

Mirando dolente o mar de dia

Olhar vasculha o mar de noite

Tanto azul, beleza e harmonia

Seu negror é como um açoite

As águas o Sol incendeia

Tantos desejos incontidos

As ondas a Lua prateia

Refletem sonhos perdidos

Almas-astros desencontrados

Em rotas e tempos diversos

Ambos n'água mergulhados

E nas entrelinhas dos versos

Indiferentes marés se alternam

A praia tão longe, tão perto

Luminescências que se mesclam

Amor e dor no peito aberto

Lanço meus versos ao vento

Que assim os leva ao alto-mar

E lá se vão meus desalentos

Em longínguas vagas a vagar

Singra e sangra o coração

Solidões do Sol e da Lua

Unidas por invisível cordão

E a vida avança e recua...

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gajocosta
Enviado por gajocosta em 07/04/2013
Reeditado em 09/04/2014
Código do texto: T4228230
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