CONSTRÓI-SE O MUNDO NO DESVARIO

De sêmens e fetos

é feita a noite

e a fecundidade está em nós.

O colo da madrugada

fecunda sementes

que nunca viste.

Veste-nos o absurdo

e nos mostra a pelve

de deus e diabo.

Luva para os nossos dedos

o abscôndito desvario se estabelece.

É no silêncio

que se esconde este absurdo.

Esta paz de estrelas no teto.

Do livro O SÓTÃO DO MISTÉRIO. Porto Alegre: Sul-Americana, 1992, p. 80.

http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/42265