Medo de fazer...
Este teu amor,
favo de silvestre mel,
amargo desejo proibido,
risca-me o corpo como o fogo,
domina-me todo,
faz-me teu cruel escravo torto.
Dele, do que traço, gosto,
do que provo repito
no turvo amor que fazemos às madrugadas,
quando nossas inocências dormem
e nossos demônios andam
a tudo buscarem saciando-se.
Ao fim de tudo, arrependo-me.
Acendo a vela branca e choro
antes que o sol nasça e me apavore
e fica tudo feito como um sonho proibido
entre a santidade e a libido
de nós dois, um ao outro doados.