Entregue
Atei os meus sonhos de amor à esperança...
E, como se não houvesse outra saída, amei.
Como se não houvesse opções a considerar,
E talvez nem haja mesmo, eu me entreguei.
Seduziu-me o risco iminente de amar-te,
E num voo em queda-livre, eu mergulhei.
Nas asas do amor que outrora impedi de voar...
E nas inconstantes asas do vento, eu voei.
Indolente e insano o amor me acometeu.
Febril, percorrendo-me a pele que fervilha.
Gélido, provocando-me na alma arrepios.
Quente e frio numa disparatada guerrilha.
Hoje ignoro a razão e meus próprios receios
E deixo meus anseios seguirem milhas e milhas,
Buscando o repouso que teus braços proveem,
Sem temer o futuro e suas silenciosas armadilhas.