Entregue

Atei os meus sonhos de amor à esperança...

E, como se não houvesse outra saída, amei.

Como se não houvesse opções a considerar,

E talvez nem haja mesmo, eu me entreguei.

Seduziu-me o risco iminente de amar-te,

E num voo em queda-livre, eu mergulhei.

Nas asas do amor que outrora impedi de voar...

E nas inconstantes asas do vento, eu voei.

Indolente e insano o amor me acometeu.

Febril, percorrendo-me a pele que fervilha.

Gélido, provocando-me na alma arrepios.

Quente e frio numa disparatada guerrilha.

Hoje ignoro a razão e meus próprios receios

E deixo meus anseios seguirem milhas e milhas,

Buscando o repouso que teus braços proveem,

Sem temer o futuro e suas silenciosas armadilhas.

Sil Castilho
Enviado por Sil Castilho em 04/04/2013
Código do texto: T4223890
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