Coração criado!
Invade-me, sim, meu coração,
terrenos diferentes
onde habitam os dois tempos
de minha alma:
o que vai sorrindo
e o que vem chorando
como se assim o quisesse a vida
a divertir-se sádica do meu destino.
Eu me submeto a ela
sendo maior que eu mesmo,
guardando sem sentir dois mil desejos,
segredados na alma da alma viva.
Invade-me, sim, meu coração
que se submete a tudo
o que criei apenas para ser feliz
e o que perdi para o mundo!