Calado de Amor

Calo-me pelo silêncio

Diante da noite caindo perto única,

Trazendo a lua e um estrelar

De calar o olhar... Oh, mulher de todo luar!

Enquanto as folhas secas pelo chão

Inventam uma nova melodia,

Árvores e jardins criam um belo balé

Dando olor aos tecidos que esvoaçam

Pelo corpo quase mar, face marejar!

Céu escurecido bordado em brilhante,

Diga-me, pelos olhos, quero ouvir tua voz!

Penhoar, seda, vestes de amar,

Desliza, delira, cumpre o destino

Em beijos desejos, ecos do âmago

Despindo-te em vagidos, etéreos vagidos!

Chora, ora, enseja o abraço guardado

Como violinos de câmara levando-me

Até lábio alvi escarlate... Canta madrugada!

Ouve com coração as asas do alvorecer,

Até próximo crepúsculo sentirei a maciez

Das tuas mãos úmidas de amor, de calor,

Elos de solidão, pureza compaixão!

03/04/2013

Porto Alegre - RS