Singularidade

No momento que invade e traduz

Todo aquele leque de sentimentos

A insensatez finalmente reluz

A luz dos fomentos.

Devora e declara em alto e bom tom

Todavia mais e mais profundo

Um lindo e singelo som

Que não pode vir ao mundo.

Sorridente expressão de solidez

Inebria e martiriza sem saber

O chão que pisa dessa vez

Faz a melodia aparecer.

Assim, sem querer

De pura inocência aflita

Assim, sem ver

De tanto saber se limita.

E nessa dor sem fim que corrói

Outrem se abre a invasão

De uma melodia que o destrói

Derrete seu coração.

A melodia é conhecida

E também compartilhada

Nobre ilusão dessa vida

Resta toda essa trapalhada.

Com dor e calafrio

Se condensa o desvendar

Lágrimas descendo pelo rio

Faz de conta o olhar.

Se enaltece de tal sina

Enobrece com emoção

Doce ironia que afina

O destino em solidão.

Will Stella
Enviado por Will Stella em 03/04/2013
Código do texto: T4221990
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