E EU JÁ NÃO SEI SE SEI…

Ao amor óbvio, ao amor ilógico

E EU JÁ NÃO SEI SE SEI…

Se a minha lágrima de ausência, de saudade que caiu no chão

Fez um som da pena que tenho ou de um avião

Que me leva para longe para a terra dos meus sonhos

Onde largo tudo, mas onde tudo componho

No local onde deixei os escombros do que fiz, ou de que deixei de fazer

Nesse amor moribundo que não tira de mim a vontade de te ver

Perto ou à distância, pois estou confuso,

Já não sei o que tem real importância

E eu já não sei se sei…

Sentir o amor, será a mais pura amizade

Que nos guiará pelas planícies da eternidade?

Onde ficaremos apenas por ficar

No gosto comum e inocente de um com o outro gostamos de estar

Um bocado, ou uma imensidão

Perdi as cordas aos acontecimentos e da guitarra com que te componho esta canção

De encantar para as tuas doces noites embalar

Numa cantiga eterna que só tu podes parar

E eu já não sei se sei...

Se sou o Miguelucho ou o Zé Miguel

O primeiro é carinhoso o segundo é quem sou, que me devolve o papel

De poeta com pseudónimo encantador

E eu…continuo a não saber manter quem estimo a meu redor

E eu já não sei se sei...

Se amo realmente uma estranha que veja na rua, ou alguém que me de alguma atenção

Preciso de gostar de alguma pessoa para aquecer o meu sempiterno frio coração

Porque o meu corpo transborda de ternura

Que só a minha alma segura

E assim continuo amando várias ao mesmo tempo, com diferentes intensidades

Estando perdido no meio de tantos sentires, minha derradeira contrariedade

Porque não sei falar de cor a linguagem do amor

Tenho que pegar numa cábula afectiva para a postura lírica compor

Estando lúcido no meio de tantos sentimentos, quando o que me apetecia era embebedar

Nesses sentires, e nesses sentimentos me deixar levar

Sim…é o amor que chega ao fim, é um amor que começa

Neste desatino atinado que não me sai da cabeça

Palavras…imensas palavras e um corrupio de sensações

Enfim a minha vida de sempre e as suas eternas contradições

Sei apenas que vivo, sinto e amo, hei-de sempre amar

Nem que seja uma recordação, passada, presente ou futura, até o meu derradeiro respirar

E eu já não sei se sei…