PRISIONEIRO DO AMOR
Na rubra noite não tem sol
Vermelho sangue, celestial, nostálgico
Têm cinérios estratagemas de feitiço
Que quimerizam seus rombudos orifícios
Na noite escura não tem amores
À procura de um recanto de esplendor
Oh! ave negra que pousa sobre o pedestal
- Turíbulos de incenso, magia e horror!
Vejo em teus olhos os cantos etéreos
Sobre as aras em lugares celestiais
De nuvens brancas cintilando o mistério
O mistério? Eu vou lhe contar..
São os teus olhos que se apelidam felicidade
São tuas asas, alvedrio para o amor
E o teu canto, terna ventura, claridade
Brancas nuvens, cinérios laços dos céus
O espírito de Deus pondo-se a andar sobre as águas
E a felicidade nas asas da noite a lacrimejar
Desejando que se abracem os cantos etéreos da ternura
De modo que não levem minha liberdade de amar
Pois se calando, todo o Universo suspira a saudade
Beijando a face, num sussurro à eternidade