LÁGRIMA FURTA-COR

A lágrima é o doce, que resta da história.

É quem deixa marcas, fiéis, na memória.

Pois quando lembrada, ela sempre aparece.

E como um afago, na face ela desce;

Trazendo soluços, com som de vitória.

Rola calmamente, como alguém que ama.

É puro conforto, talvez uma chama;

Que pode queimar o que dói num instante.

Fazendo voltar a ser melhor que antes.

Quando o coração explode e a dor derrama.

A lágrima é um doce carinho - perfeito.

Que independente, de qual o efeito.

Às vezes salgada, tem novo sabor.

Tal qual às mudanças de gosto no amor;

Que brota dos olhos, mas nasce no peito.

Como uma lágrima, tão transparente,

Que nasce e cresce, no peito da gente;

Faz brotar dos olhos, sangue furta-cor?

Igual essa busca constante do amor,

Que sempre aparece com cor diferente?