Rosa Rubra

A rosa desfolhada dos meus dias

com espinhos tão doridos e pontiagudos

que arrancam-me do caule que é desnudo

para nos vasos da paixão esmorecer.

Desta rosa os olores me arremetem

pelas infinitas vias desses tempos

que passaram pelas frestas como um vento

e nas curvas da sua tez foram ter paz.

Mas nada dura uma eterna felicidade

então murchou toda aquela vivacidade

que contemplei nos jardins do meu amor

naquela rosa onde foi morrer a minha dor.

E foram dias de um colorido opaco

adormecidos em um outono infindável

e a sensação de solidão inenarrável

tendo os botões a esperarem sua primavera.

E foram eras tão longas a sua espera

mortes e vidas, luzes e sombras e paz e guerra

até deitar eu novamente em expressão

e degustar a rosa rubra do seu coração.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 02/04/2013
Código do texto: T4219317
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.