Poema 0996 - Outono de ti
Sem ti amanheço outono,
as janelas do céu permanecem fechadas,
o sol não tem mais o dourado,
é como se tudo parasse quando a porta bateu.
Amanhã também partirei de ti, se conseguir,
talvez fosse a solução arrancá-la do peito,
deixar que meus sentimentos não fossem teus,
em vez de sonhar noite inteira com teu corpo.
Um dia meu sangue volta a correr as veias,
no céu o azul vai tingir como se fosse sonho,
não vou insistir para que volte,
talvez o tempo a convencerá deste amor.
Ontem fiz uma pintura do teu rosto,
nele estava escrito tudo que sonhamos,
somos como uma árvore, galhos, folhas,
os frutos, beijos que caminham até a alma.
Não consigo ir sem ti, continuo a esperar
neste meu canto que também é teu,
falta o sim, o abraço, o beijo,
para completar o quadro, a moldura do ''te amo''.
22/03/2007