“NÃO TE ESQUEÇAS DE QUE TE AMO, MEU AMOR” (ou “terçã”)
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Quando fores tangenciar as terras de fogo
E semear a tua graça pelos campos minados
Não te esqueças que este teu corpo foi amado
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Amor que nem meu é mais por esta noite passada
Tenho que reconquistá-la a mercê de meu fulgor
Brilho da tua alma que sabe que é amada
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Quando tu fores pensar se isto tudo é certo
Te lembres de que nós somos oásis fora deserto
Os mais próximos de alma que não estão perto
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Quando ouvires boatos sobre outros a mim iguais
Não julgues assim à primeira luz de sinais
Ouça o que o teu corpo diz em ausência do meu calor
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Se houver algo em mim que a ti faça mal
A teu corpo em dano, melhor, para mim, o mal!
Que, para sofrer, seja posta quem me afaga
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Se uma noite abraçares-te, sinta: tua alma é quente
Não apontes teus pensamentos aquém da frente
Se teus medos vierem à mente: os faço vapor...
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Quando te encontrares em febre amorosa terçã
Curarei-te com alegria de te ter naquela manhã
Tua cura a mim agrada, como a ti, uma maça...
Não te esqueças de que eu te amo, meu amor
Se houver perigo de, por mim, tu te apaixonares
Me adiantes, que corro de onde irem teus olhares!
Caso for desaparecer, serei feliz se comigo sonhares.