Rastro do que se foi
O rastro do silêncio que sua despedida
deixou é ensurdecedor.
Comparo-te , então , a uma ventania
sem propósito ou previsão , que no fim da tarde
perturba os cabelos das moças andarilhas
do calçadão.
A culpa ... culpo meu coração ,
pois é teimoso e cheio de manias loucas.
Músculo carente que traz para si sempre a
presença complexa , querendo me fazer FELIZ.
Sobre essa epidemia me deitei e adormeci.
Neste inerte sono me perdi no tempo ,
virei vento e sai ao encontro dos tais cabelos.
Foi quase impossível retornar, e quando enfim voltei ,
ali estava sua despedida , acenando para mim ,
me dizendo quem eu sou e sorrindo pelo caos
que virei sem ti.