FLAMEJANTE SER
FLAMEJANTE SER
Jorge Linhaça
Flamejante ser é a mulher...
sempre a arder nas chamas de seu interior,
por vezes a se consumir nas labaredas dos próprios medos.
Lucífero ser a ditribuir a luz ao seu redor,
ainda que sómente bruxuleie a sua flama.
Quando arde em paixão não pode ser contida.
Quando foge do amor é brasa adormecida.
E se os ventos do tempo a vem soprar,
desperta aos poucos, juntando gravetos.
Consome o combustível da afeição,
sua chama desperta ganha força e vida,
os carinhos atiçam o fogo ateado,
o suor do calor que abrasa
deprende-se do corpo em erupção,
as cinzas que recobriam seu luto
são cuspidas para longe sem resistência,
a lava escorre por suas fendas,
queima, e se deixa queimar,
em holocausto, na pira do amor.