Ausência
Tua ausência dói em mim
um lamento de outrora.
O tempo não foi capaz de apagar
o que sinto, nem mesmo de amenizar
a angústia de agora.
Os dias passam e, no silêncio
das horas, lágrimas desaguam tua
presença em mim.
Quando cai a tarde e
o crepúsculo inunda
o céu com tintas vermelhas
o coração sangra de saudade.
Não há o que fazer,
além de maturar o sentimento,
juntar os resquícios do amor que
vaga em mim feito
sombras na noite.
Enquanto isso, tu navegas
em mares distantes, em
rotas alteradas, no vazio
que deixaste em mim.
O que fica é apenas
o aroma de tua ausência, o sabor
de uma lembrança que ainda
perambula pela casa e,
perversa, traça no poema
um discurso de saudade.