Derradeiro diálogo entre amantes
Onde estão as faces que compõem teu rosto?
Onde está o sangue dos teus lábios que me deixava o gosto?
Onde está o brilho do luar que iluminava teu olhar,
Hoje, ele está tão fosco?
A doença te contaminou, a angustia te dominou?
Aqui jaz aquele que não é já, mas partira e se fora.
O tempo levou o aroma que de ti exalava, a aura fria que te circundava?
Tragou até o ultimo suspiro que de minha alma escapou.
Aquieta-te meu amor, aqui estas aquele que sempre te amou.
Assalta-me obscura amargura, sinto minha vaga presença deixando tua.
Cala-te a boca que professa tais palavras, tu ainda viveras,
E o que aqui se mostra, amanha tornar-se-á águas passadas.
Dou-te o amor, que nunca doei. Bens usurpados que nunca roubei.
Dou-te...(suspiros)...as verdades que nunca...falei. O silencio que em mim habita,
Entrego...(ultimo suspiro) a você.