Travesseiro altaneiro

Travesseiro travesso

com pena ao avesso,

apene-se deste avesso

ser já apenado e egresso

de antigo e jovem sucesso,

firmado num distante passado.

Possesso; sob o doentio processo

de amor, mas ausente ao congresso

indecente e, ao retrocesso indigente,

o qual foi maculado em pseudofavor.

Travesseiro, meu bom companheiro

ao suportar por tamanho tempo

o meu pesadelo impregnado

de zumbido multicolor.

Sob oxigenados cabelos

ao zelo do contratempo.

Pesadelo, dolorosa visão,

pesaroso, às vezes gostoso

dum vil masoquismo glorioso

alimentado por fulminante paixão.

Velho travesseiro enfronhado

de ilusório passado, manchado

de feliz ilusão. É a fronha mental

dum velho, cansado boçal. Castiçal

de escuridão. Embora, meio inebriado,

ignorante febril, ignorado, ignóbil amuado,

porém, assentado na amorável intenção

varonil, sou aprendiz do incondicional.

Espero continuar aprendendo.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 25/03/2013
Código do texto: T4206719
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.