Ébrios da Noite
Enquanto ao ninho as aves recolhiam-se,
Ondas beijavam a areia, grafavam o amor
Em estrofes melancólicas como liras audíveis
Multiplicavam-se ao gozar dos ventos luares!
Da janela entre aberta os tecidos
Já ensaiam o balé dos trejeitos, dos olores,
Pairando das papoulas até o corpo
Embriagado, instigando resenhas, transpirando...
Moldando à noite já alta... Suavemente bucólica!
Pelo estreito sonhar, paixão
A lagrima tange o relevo, desenha quimeras,
Mostra-se em melodias soando baixinho,
Ah, este brilho de outrora primavera,
Saudade, lábio carmim, beijo teu!
Enfim, as cortinas em seu balance introspectivo
Trazem a madruga descalça anunciando
Mística, insinuações, frases do silente refrão
Ontem solidão, outrem camisola desnudar,
Ah, alvorada, osculo vereda sofreguidão!
24/03/2013
Porto Alegre - RS