Não sei...
Não sei...
A noite escura assombrada de relâmpagos sonha
chove e a franja da névoa me envolve sombria
eu, demente, na solidão doída medonha
nos emaranhados de sombras que a saudade vigia.
Eu! Oh! Deus quem sou eu? - Não sei! Esse ser nem existe,
é um fantasma opaco carente, um pobre ente, doentio.
Vivendo a noite, dormindo o dia, na voz do medo tristonha,
embaralhada em fio de esperança morta perdida no vazio.
E vem a noite morre o dia, o sol se põe,
outra noite vem, mais uma, mais uma...
meu coração no castelo de fumo das ilusões
perdidas, revê lembranças, que os olhos d'alma exuma.
Cumpro o castigo ao viver enlouquecida,
o que eu quis é o que eu tenho. Amor por toda vida,
amor é rosa e rosa tem espinhos, e nos mistérios
de amar em seus caminhos, amo... Amo só, esquecida.
Lakshmi
(L.T.)