PERFUME DE ROSAS
Ouço vozes, delírios, canções;
Sinto a tua presença,
O teu perfume em pequenas porções.
Meu coração já não bate,
Nem meu pulso mais pulsa,
É o corpo todo que lateja,
Meus pelos arrepiados,
Anunciam a tua presença;
Já não posso aguardar,
Meu corpo já desfalecia em tamanho abandono,
Tamanha era a sua ausência.
Por fim, eis que surges em meio às cortinas...
É apenas de um corpo,
A silhueta tão esperada;
E eis que surge você,
Rosa linda,
Por mim tão amada.
Dotada sim de alguns espinhos,
Mas nada capaz de ofuscar suas pétalas mistas,
Vermelhas com parte dourada;
Espinhos para proteger-te,
Da mão mal intencionada.
Vem exalando o seu perfume,
Desejando seu amante,
Que a quer ardente,
Vem com espinho;
Arranha e marca o que só a ti pertence,
Mas vem depressa,
Vem pro nosso ninho.
Gomes