A dor do teu silêncio
Em minhas veias ainda corre
um pouco do teu sangue.
A dor do teu silêncio sangra
a ferida não cicatrizada e na
tortura das horas nada sei de ti.
A angústia devora minhas vontades
e em noites insones sou náufrago de
palavras não ditas.
Tudo ao meu redor é silêncio
e no descompasso do coração o
tempo desperta outra saudade.
Tento dormir, mas um verso aflora
de forma intensa e lasciva.
A Bacante recolhe lágrimas na
taça do esquecimento,
enquanto o Mestre Dissoluto
vaga em outro castelo.
Há cinzas no ruído do relógio,
na velocidade da noite que se esvai,
esgarçada em lamentos.
Resta, em mim,
apenas um sopro de saudade.