Pura

Se meu amor não tivesse asas,

Não serviria-te destas asas eternas,

Os meus olhos chorariam as águas,

O regar das flores seriam maternas!

Tendo eu asas, sendo como pluma,

Posso levar-te mulher...

De praia em praia, sobre a leve espuma,

Sob a luz da lua, basta eu escolher!

Eu com ousadia, se pela face,

Roçasse o rijo que a tua fêmea fez

E, tu fêmea, se com força respirasse,

Não hesitaria em derramar-me na tua morena tez!

Ah, mulher, a luz do teu olhar me usa,

Tua maneira de ser, de mim, abusa,

És como águia livre que passa e cruza

A terra de ninguém, mas terra tua e pura!

Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 21/03/2013
Reeditado em 21/03/2013
Código do texto: T4201336
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