Blues do Amar

Dentro da calmaria da noite

Vi, da face tua, as lágrimas brotarem,

Desabrochavam feito um jardim

Sendo pintado pelo colorido de Monet

E o teu lábio doava-se ao rutilo do viver!

Em leves traços a brandura da tela

Expõe-se aos vagidos de alma,

Ao cataclismo das sombras criadas

Pela penumbra suave e etérea

Conjugando do olhar todo quadro de amar!

Encantados sejam os ventos

Que trazem também o outono murmurando

Entre os teus cabelos, dizendo em verbos

Que o gemido pode ser a canção do coração

Pulsando por milênios, pela rota do blues!

Uníssonos somos ao amanhecer

Dos corpos desnudos pelo devaneio,

Vestidos por dentre lamentos, lamentados

Ao sentir do sol a voz de vós envolta em dor,

Romanesca dor, dor... Ah dor... Dor de amor!

22/03/2013

Porto Alegre - RS