Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu

Passou o tempo,
Continuávamos numa estagnação infrutífera.
Mantínhamos nossos infortúnios
Acostumados.
Acostumei,
A não ter tudo,
A ter nada,
Sem reclamar.
Virou o relógio,
Mudou o ano,
Não seguíamos.
Tola de mim
Num amor barato.
Trovoadas do destino
Vieram destruir a calmaria amorfa.
Espelho quebrado
Revelando-me,
Estava na hora de afobar-me.
Não mais cabia naquela monotonia.
Chico já havia avisado-me em canto:
"E a leve impressão de que já vou tarde"
Karla Hack dos Santos
Enviado por Karla Hack dos Santos em 20/03/2013
Reeditado em 09/04/2013
Código do texto: T4199517
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