andrômedas batalhas

sou aquele cara que vem de noite

quando a lua é a única trégua do alvoroço

andrômedas batalhas espalhadas nas poças do dilúvio

levantam a moral do velho deus que só queria

uma garrafa de refrigerante p'ra aprender

o que é sofrer de amor

apenas amante de uma solidão fora do espelho

aonde o amor amora morais venusianas

e os gepetos recolhem as lágrimas dos garotos sem brinquedos

como eu busco os sonhos seus na praça em que a sombra do dragão

assusta a quem nunca viu nos seus olhos o que é o amor

porque foi vendo na sua alma a dança de guerra da beleza

eu entendi o silêncio é o submundo da razão

aonde reina aquele que ficou sem princesa

porque apenas caminhou demais

num tempo em que o herói arrasta loucas velocidades

arrancando da terra sonhos sônicos das lavouras arsênicas

aonde crime é esconder o amor embaixo da cama

por amor ao engano

e entra pelo cano quem permanece na mesa

de olho no passado espetando boneco de pano