NÃO SOU FLOR

Eu pensei que podia ser flor

Até me desenhei como uma

Tua tinta em minhas pétalas...

Tatuei tua vontade na minha

E te sufoquei como erva daninha

Seduzi teu beija-flor

Cativei-o em minha doçura

No pote que te lambusava

Teu grito como bicho acuado

Ouviu-se num eco absurdo na esquina

Não se decifrava o som de teu desabafo

É extase de teu máximo momento

ou gemidos inocentes?

Eu só queria ,como flor, exalar meu perfume

Mas sedução é( em nós) sina...

Não combina comigo a delicadeza de uma flor

Nem com a gente um amor sem loucura

Entrega plena

Mãos inquietas...

Corpos falantes...

Curvas e montes que se encaixam

Cumplicidade total...

Não sou flor...

Sou fera...

Sou caça...caçador

Sou presa...ré...

Sobre ti, juiz

Domínio !