_TERRENO BALDIO_

"...Não sou nada.

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À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

(Trechos de "Tabacaria", F. Pessoa)

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Ali, naquele baldio terreno da solidão

Estranhamente, foi um sonho encontrado

Em tal ermo, suscitava espanto e comoção

Ainda luzidio, exibia um halo encantado

Como ali estaria, solitário em tal desolação?

De onde viria, de que presente ou passado?

O enigma foi desvelado por uma aflita mão

E resgatado foi o amor que havia sido lesado

Tantas vezes, por equívoco, sonha-se em vão.

Com amor e sonhos, muito urgem os cuidados

Amor se achega e se nutre de total devoção

E, mal vivido, sente-se na essência desprezado

Sonhos brotam de ânsias do desejo e do coração

Possuem asas que ousam voos inimaginados

Mas, se descuidados, geram quedas e frustração

Vivamos atentos: pois a vida carece de significado

Amor renega o meio-termo dizendo-lhe "não!"

Para atingir uma total plenitude ele é gerado

Amar com verdadeiro amor é rota de salvação

Pois tal sentimento traz em si o cunho sagrado!

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