O faroleiro

Daqui se avista a cidade,

E as luzes pálidas de nevoeiro.

Triste torre de luz farta,

Sou apenas um faroleiro.

O meu recôndito é escuro

Ah! fosse eu teu marinheiro.

Seria dos pélagos, teu anjo,

Teu velame e timoneiro...

Porém, destroça-me o peito

Feito arpão de baleeiro.

Triste torre de luz farta.

Sou apenas um faroleiro!

E a tua alma é nau ancorada,

Jamais içaste a tua vela.

Temes a brisa que mal move a palha!

Que direi da insana procela?

JAL® Mai-2012

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 18/03/2013
Reeditado em 04/05/2023
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