O faroleiro
Daqui se avista a cidade,
E as luzes pálidas de nevoeiro.
Triste torre de luz farta,
Sou apenas um faroleiro.
O meu recôndito é escuro
Ah! fosse eu teu marinheiro.
Seria dos pélagos, teu anjo,
Teu velame e timoneiro...
Porém, destroça-me o peito
Feito arpão de baleeiro.
Triste torre de luz farta.
Sou apenas um faroleiro!
E a tua alma é nau ancorada,
Jamais içaste a tua vela.
Temes a brisa que mal move a palha!
Que direi da insana procela?
JAL® Mai-2012