Veneno de serpente
 
 
 
O tempo passou,
O cansaço chegou
Meu amor é o mesmo,
Mas não tenho amor.
 
Carinho aqui
Nunca faltou.
Será a rotina?
Será que a menina
Não é mais menina?
Será que nunca foi amor?
 
Você me dizendo
Que um amor como o nosso
Nunca se acaba,
Assim vou vivendo
Como posso
Sabendo que um dia tudo desaba.
 
Estou trabalhando, não quero ir pra casa
E na minha casa não tem lugar pra mim;
A televisão
É uma prisão
Sem sentido,
Eu ligo o som
Tendo  que usar fone de ouvido,
Vou ao computador
E preciso explicar quem são meus amigos.
 
Sinto tanto amor
Misturado com dor
E solidão,
Nessa cama não tem mais calor
Só o mormaço do que um dia foi chama,
Você me chama
Diz que me ama
Me beija com sabor
Sem sabor.
 
Confesso que não acredito
Que tenho que passar por isso,
Um amor que sempre foi bendito
Agora falta com o seu compromisso.
 
Será que sinto falta do futebol com os amigos
Reunião em bares, nas tardes de domingo?
Será que me prendi em prisão domiciliar?
De tanto te amar,
Esqueci de me amar.
 
Não consigo imaginar a vida sem você
Do mesmo modo que não consigo viver.
Pensamentos ruins
Vieram me complicar,
Pensamentos ruins
Vieram me confundir
 E colocar dúvidas sobre eu estar aqui
Escrevendo em seu colo,
Porque voz não tenho pra falar
É o medo de te perder
E você não me perdoar.
 
Eu preciso explicar;
Minha ausência presente,
Quero que entenda que nunca faltou amor entre a gente.
A vida é uma serpente
Que me envenenou
Com pensamentos diferentes do amor.
 
Seu colo, seu carinho,
Seu cheiro seu beijinho...
São indispensáveis para minha vida
Vou cicatrizar a ferida
Do veneno da serpente,
O que existe entre a gente
É o mais puro amor.
Mais puro que a própria pureza,
Mais belo que as esculturas da natureza.