Despedida
I
Tu eras para mim a única
E tuas palavras se diziam encantadas
Com o pouco que te dava tu sorrias
Pois o pouco para mim era o Infinito
Nas muitas vozes que se perdiam caladas
Mas tão logo tua presença se tornava
Na ausência que em meus braços se encerrou
Nos teus beijos que sonhara nas auroras
No alvorecer que se estreitara em meu peito
Os dias idos eram onde finda se tornou
Tu sorrias à lisura tão atenta
Que tua presença escrutava com ardor
Vem ausência! Não me deixa chorar tanto!
Pois tão próximo e oculto deste pranto
Era triste, era belo, era dor
II
Perdoa-me de súbito este desamor
E uma dúvida que pairara em meu olhar
Estive triste, parecia tão perfeito!
Mas foi assim porque não te amei direito
Chorei por tê-la e nunca em ti acreditar
Mas num dia quando principiara o ano
Tua voz doce discursava com carinho
Eu queria que me dissesses que sou louco
Que imperfeita compleição em mim achou
Mas tu disseras, Ah! Disseras tão baixinho...
Eu pensei! Quão aviltado eu pensei!
Não me consolaste o teu desabrigo
E embora dessorvera o amor cativo
Se fossem outras as palavras
Talvez como antes eu seria teu amigo...