CEDO PARA SE AMAR
Se a espera for-te algum tormento,
dize o quanto amar-me anseias...
Se ainda te uma esperança resta
nos teus claros olhos que pranteias.
Em tua alma de luz mais pura
que transcende a do divino sol,
Queres-me assim impuro ter, sem
brilho, sem nobreza, sem crisol ?
Aos teus tão iguais são os sorrisos
das flores despertando ao aurorecer ...
Aos meus tão iguais são os desejos
de quem anseia por algo sem merecer
Vou assim amealhando meus impulsos,
no temor de não seres correspondida,
o amor as vezes reserva muitas insídias
pelas ignotas veredas de nossas vidas.
O tempo pode guardar a melhor resposta...
Em sussurros dizer o quanto amar-te hei...
Num caminhar a dois te cobrirei de beijos
e num amar sem cura a ti me renderei.
do livro poeira e Flor vol II