Quero e preciso (3)
Eu quero mais do que esta nostalgia,
Mais que um desejo infindo e inconcreto.
Quero da sorte todo o dialeto.
E da maça a mais dócil mordida.
Quero de tudo que há nesta vida,
A delicada e densa mordiscada
Quero da vida a ânsia lacerada
E do amor a ferida dolorida.
Que seja eterno e que seja o fim,
Que abranja tudo e que mate em mim
A irrelevância de sonhar conciso
De que me importa manter meu juízo
Se quero tanto reduzir meu pranto
E amar infrene em doloroso espanto
tudo que odeio e que mais preciso!