23 ANOS

No início da madrugada de 15 de março de 2013

um poema um encontro outro poema

músicas de vida inteira

nas tardes concentradas

única noite de um encontro

certamente hoje

lembrança só em mim

em sobrevida

só em mim só em mim

sobrevivida a mim

em mim

que ainda te quero, lembrança,

entre as minhas

quase nenhumas

pétalas

de sempre-vivas.

Vidas

pelo avesso

por causa dessa noite

essa única

lembrada hoje só por mim

Vidas pelo avesso

por nossos tempos

todos tempos

para nunca fim

para nenhuns fins.

Perdoem-me todos

por essa evocação

que fiz

por mim

para mim

para ainda

conseguir me lembrar

lembrar-me em mim

um pouco

que seja

de mim.

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Vou me permitir citar aqui três versos desses tempos ancestrais de mim, de nós, versos que não foram escritos por mim, guardados em mim, homenagem minha, neste instante, ao seu Autor: / A poesia não é quase nada, mas, /às vezes / consegue transformar as coisas invisíveis./

Ave, Poeta.

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