COMO SE UM TANGO BASTASSE

Nem sempre “frio en’el alma”;

às vezes fogo no peito.

Nem sempre o prazer e a calma;

às vezes, a dor e o amor mal feito.

Nem sempre “lábios calientes” ;

às vezes, dentes cerrados.

Um sibilar de serpente.

Um veneno inesperado.

Nem sempre mãos de veludo;

às vezes garras e dentes;

um rio alagando tudo,

ondas “rompendo corrientes”.

E, como se um tango bastasse,

saímos bailando “por el salon”,

como se nada importasse

além dos acordes “del bandonion”.