A ESPONJA

Beijo amargo este que me envolve,

Enrola o meu corpo, me toma como um todo

Erotismo de um louco, qual são no prazer

Nada, a língua enrola, o que dizer?

Quero mais um pouco, descendo até a toca

Prazeres, eu novo, cogumelos azuis a pestanejar

Festa de cores, sabores, amar de novo, acordar

Cuide da sua vida, óh vigia, quero tudo agora

Não mais tarda a ora de meus sonhos

Lúbrico, paladar seco em rios de sono

As águas estão postas mas custam o preço

Não morremos na praia nem dormimos em sonhar

Somos jovens ainda, como não ter tudo agora?

Numa dose monumental de um prazer olímpico

Estrelas, ninfas ou fadas nas luzes da cidade

Me sinto querido no ópio do novo, de novo o ópio querido

Sem Âncoras nem motivos náuticos, nem luas ou almas

O universo refletido na terra, atmosfera áurea e etérea

O mar negro que abandona aos poucos faz parte de reminiscências

Memórias soltas do tudo, me apego ao que sobra

Resta um corpo, vivo, pulsante, alegre

Resta ainda réstias, projeções inquietas

Resta um mundo caído com as sobras

Cálido, profundo, quieto

Até a morte me abandona, o que dizer dos amigos

Recordo quadros de uma parede branca, todos caídos

Conjuntura do absurdo, alegre devaneio de um mundo abaixo

Profusões e espectro. Das realidades liberto

jonnez
Enviado por jonnez em 11/03/2013
Código do texto: T4183512
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.