Abismo de mim
Mergulhado num profundo abismo de mim
Buscando desesperadamente chegar a superfície
Ao emergir sacio minha sede de ar, que me invade
Percebo me náufrago em meio a vagas, noite eterna sem fim
Procuro frustrar a morte, amando a vida, mantendo a esperança
Sem rumo olho ao longe a lua em mergulho noturno
As estrelas no céu ignoram meu infortúnio
Uma ou outra piscam entre si em zombeteio
Aos poucos minam-se os esforços, rendo-me
Quando tudo me parecia perdido
Uma corda é jogada em minha direção
Olho para ela
Uma voz grita: A corda
Seguro a corda, a voz insiste: A corda
Era sonho, acordei, suado e molhado
Porém muitíssimo aliviado.