MELODIAS DE UMA SAUDADE FUGAZ
Hoje algo me diz que devo escrever
sobre a saudade, não aquela que faz
doer, que ao invés de alegrar um coração
faz alguém chorar abraçado ao torpor.
Não aquela saudade que faz reviver
um passado repleto de crueldade, que
conseguiu dobrar um incauto que a despeito
do tempo, ainda faz arder o peito em chama...
Por isso, não vou me crucificar, o novo
momento pede para enaltecer este
sentimento que chegou no seu devido
tempo, que faz gargantear melodias
nunca sonhadas pelos regentes de orquestras.
Desejo hoje afagar a saudade mas aquela que
não desespera, que não cria motivos imaginários,
que não faz embrutecer a alma e que ama,
mesmo que tudo contrarie as expectativas.
Saudade que não permite lembrar do
martírio lento e atroz, que cria limites
antes que se chegue aos extremos, saudade
que só faz amar e sonhar em ser feliz.
Saudade que faz abraçar o ente amado
mesmo na distância fugaz...