REDE DO DESTINO
Joguei meu coração um dia fora
Para ver se conseguia mandar embora
A saudade que sentia de você.
O arranquei do peito e sem demora
O atirei nas águas ainda mornas
Da represa ao entardecer!
Queria que ele fosse bem ao fundo
Para que ninguém mais nesse mundo
Nele viesse a viver...
Ele foi comigo traiçoeiro
Assim como um veleiro
Ficou sobre as águas a bailar!
A noite vestiu seu negro manto
Cantarolou só para ele um lindo canto
Nos seus braços ela o fez sonhar...
Raios dourados se espalhando
De sol as águas se pintando
O dia a clarear...
Ah coração adolescente
Sem amarras vivendo o presente
Sem nenhum medo, agora, de amar!
O tempo caprichoso então veio
Refletir nas águas como espelho
A imagem do meu coração...
A rede do destino na água foi jogada
Quando de volta para a margem foi puxada
De novo ele estava em sua mão!