Adorada quão a lua


Ainda posso chamá-la de meu amor?
E narrar que me abala tudo em mim?
É cabimento de apreciá-la pelo autor,
Que criou esta sala onde nasce ardor.

Eu não sei aonde estou. Se o ar passou,
Arrastando o que sobrou, e não me levou,
A voz se embriagou o que não se ocultou,
Se aboliu e abalou, é o que apenas restou.

Desse náutico sem mar e nau não irá afogar,
Na torpeza que nasce tristeza e mil friezas,
Da estação marcada agora sem rima e som,
Ainda posso chamá-la de meu único amor?

Eu vou tresnoitar no berço das incertezas,
Com firmeza o que agora sem rima e som,
Confiro que à noite eu vou te amar e dar,
A rima da nina linda que eu sei e sai bom.

Ainda chamo de querida por haver clamor,
Do gosto e gesto celeste em bálsamo é flor,
Abotoador em botões brilhantes irá levar
A calma da alma na minha bucólica palma.

Eu sabia dessa inclinação que é o teu amor,
Ainda chamo de querida por haver clamor,
E tu ouves por que tens por mim: tímpano,
Exultando o belo nome, ex vi da inclinação.

Agora, eu não investigarei mais, nunca mais,
Eu pronuncio, articulo no gradação vibrante,
Que essa nina das minhas eras, eres solo tu,
Adorada quão a lua que me sufoca na boca,
Neste quinto verso de puro amor, é só amor.


Vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=KVd8n72S7ok



ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 10/03/2013
Reeditado em 10/03/2013
Código do texto: T4180640
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.