CANTIGA DE GRILO
CANTIGA DE GRILO (Omar Botelho/Simone Freitas)
Ligaram o rádio,
e abriram meu coração até o fim.
Rolou algo de mato,
invadindo meu abandono.
E quando me faltaram os caminhos traçados,
rolou o tempo, o vento, o espasmo.
"Eu sou como sou
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes."
Sou como sou,
livre como um rumo aberto,
não desconfiado,
como raiz de mato, desconhecida.
Sentimento do estado de ser,
como cego que não vê,
mas sente tão além,
ao que me vem da alma.
Simplesmente sou largado,
vou arriscando,
seguindo com ou sem perigo.
Que mundo! É nosso, é humano.
E muito longe se foi.
E aquele livro tão volumoso?
Ah! Me fez ver mundo novo.
Então você deslanchou.
Nada. Todo dia é dia de aprender,
e quase tudo fica em voo.
Ah, mais essa cara me diz...Muita grana!
A vida vai mais adiante,
ah! Não me engana.
Mas o amor?
Que é isto?
Não me diga...
Insistente, como cantiga de grilo.
É o que pega no âmago,
antes de qualquer plano,
oh, infindo mundo que vou,
tão pequeno que sou!