CHUVA DE GRANIZO
A chuva despetalou os meus sonhos
Que escorreram na madrugada
Acordou meu pensamento
Que o teu sono embalava.
Abri a janela dos olhos
Você por ela escapava
Lá fora a chuva pesada
A sua imagem levava.
Na boca secou minha cantiga
De ninar... a voz tão xonada
Beijos molhados, partidos
Por pequenos cristais de água!
Rolaram rápidos os momentos
Que eu não pude represar
Coração pulsava lento
Depois de tanto de amar.
Os sonhos despetalados
A cantiga sem soar
Os beijos na boca afogados
O dia a clarear...
Atirei-me nos braços da aurora
Já encharcada do dia
Como a chuva, a noite foi embora
Fiquei eu e a poesia!