MEU QUERER
Sinto meu horizonte tingido por tuas cores
Pela voz que ecoa através deste teu silêncio
Quando por ti meus sentidos perdem o sentido
Dando asas a minha contemplativa imaginação
Não desejo ou pretendo que mude nada em ti
Nem tampouco tenho pretensão de mudá-la
Em meu intento não haverá nenhuma proscrição
Nem os preâmbulos de indefinidas dicotomias
Pois de ti obtenho o que há de mais impoluto
O que irradia de tua incomparável plenitude
No elo que nos une não há domado ou domador
Inexiste a figura do seduzido ou do sedutor
Nem o conceito de contemplado e contemplador
Mesmo ante a nefasta melancolia dos amantes
Que não nos abranjam sentimentos escapistas
E sim o nascer e florescer de pujante brandura
Acender nosso desejo e ascender nossa vontade
Sei serem pontilhadas minhas esparsas esperanças
Mas não contenho essa minha esfaimada vontade de ti
Então me perdoe por querer o que não me é devido
Que é um momento singular em teu tempo plural
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