Abraços
Abraços
Meus braços pendentes
Esperando teus abraços
Apertados com espera sufocante
Ansiosa, coração palpitante
Que fazer? pergunto a todo instante...
Que venhas, emoldurando flores
Seja mágica a aparição cheia de amores
Nos vultos que vislumbro ao teu redor
Rendas delicadas de suaves perfumes
Esperança contida nesses anseios de lumes...
A reverberação de sonhos toldam minh'alma
Quero me sentir em paz, assimilando calma
Nos recônditos do meu eterno ser, vivendo
Colecionando anseios, não de amor sofrendo
Aplacando tremores, não me sentir morrendo...
Mas e o teu abraço esperado?
Doem-me as entranhas, me sinto sofrendo
E meus braços caidos, sofridos no vão retendo
Só encontro vazios e saudades me querendo
Caem meus braços, sem abraços, gemendo...
Benditos sois vós, meus desenganos
Que trucidam, esgarçam meu ser humano
Mas com a paz que sucede esses temores
Encontro a quietude como a de um sono
A espalmar e afagar os meus amores...
Quero ser como o machado que fere
O sândalo que o perfuma , em brumas de amor
Esgueirando, implorando segredos como a flor
Que inebria a todos com seu perfume
Enquanto espera o abraço sem queixume...
Quero agora flores à mão cheia
Abrigando afagos, distribuindo cores
Flores, muitas flores na emoção
Pétalas, muitas, retidas com orvalho
Que, como lágrimas, me acalmam o coração...
Myriam Peres